Ensinando a geração Z a "aprender a aprender"

outubro 20, 2020 | Publicado por .

Ensinar pode ser descrito como a arte de tentar fazer com que outros aprendam o que alguém está disposto a ensinar. Entretanto, o trabalho árduo a que os professores se dedicam nem sempre é recompensado pelos resultados de aprendizagem que se espera. Não se trata de algo tão trivial: fazer outras pessoas aprenderem não é um processo simples nem direto. 

 

Ensinar a aprender a aprender pode ser definido como desenvolver as atitudes, habilidades e conhecimentos necessários para se tornar um aluno mais eficaz. Quando aprender a aprender não está incluído no currículo de uma instituição de ensino, os alunos podem tentar aprender essas habilidades sozinhos, descobrindo o melhores maneiras de aprender por si próprios. 

 

Alunos com alto desempenho, em particular, muitas vezes têm habilidades de aprendizagem mais desenvolvidas do que outros e, sem dúvida, é por isso que são bem-sucedidos. No entanto, mesmo esses alunos podem ter algumas habilidades de aprendizagem que não são bem desenvolvidas, dependendo também muito em sua capacidade de assimilar grandes quantidades de conteúdo. 

 

De fato, pode-se argumentar que, quando empregadores reclamam que os jovens de hoje não estão bem preparados para o mercado de trabalho por causa de sua educação, querem dizer que faltam a eles as habilidades essenciais como comunicação, trabalho em equipe, administração do tempo, planejamento e resolução de problemas; ou seja, se está realmente começando a falar sobre o que é ser um aluno eficaz.

 

Nesse sentido, é fundamental oferecer aos alunos ferramentas capazes de levá-los à descoberta de como aprender melhor, com o cuidado de fazer com que esses instrumentos sejam efetivamente utilizados.

 

Engajando os alunos

 

Em seu clássico filme "Tempos Modernos", Charlie Chaplin ilustra claramente o efeito desmotivador de se trabalhar em uma esteira rolante de fábrica: o operário, ocupado o dia todo fazendo, mas sem qualquer consciência, compreensão ou propriedade do processo ou propósito do trabalho, se sente excluído do processo em que está envolvido. Ele não é consultado sobre quaisquer decisões e não tem nenhuma opinião sobre o que é feito, quando, ou como algo deveria ser alcançado. É difícil se preocupar, estar motivado ou querer mudar algo se você não souber nada sobre isso ou se não se sentir parte disso. Soa familiar?

 

Se formos honestos, nós, como professores, tomamos a maior parte das decisões e detemos a maior parte do controle em nossas salas de aula. Decidimos quando algo é estudado e como cada conteúdo deve ser ensinado. Decidimos se os alunos trabalham em grupos ou individualmente e as tarefas que serão realizadas. Nós definimos os objetivos de aprendizagem, resultados, os modelos de testes e o seu conteúdo e o ambiente em que os alunos irão aprender. Por quê fazemos isso?

 

Pois bem, temos uma lista de motivos muito bons para explicar essa conduta: temos um currículo a percorrer e cumprir; somos os especialistas no assunto; temos dados da aula e das provas que nos informam sobre como os alunos aprendem melhor; e, finalmente, se deixamos para os alunos decidirem, nada seria feito, pois eles não teriam a menor ideia do que fazer. E por quê isso? Bem, eles não estão engajados... E assim, cria-se um círculo vicioso.

 

Uma escola que estimula a aprender a aprender é uma escola onde todos aprendem juntos, professores e alunos: é um processo compartilhado. Não se pode ser responsável por sua própria aprendizagem, a menos que se tenha um bom entendimento de como cada indivíduo aprende melhor.

 

Os professores muitas vezes relatam a dificuldade de discutir a aprendizagem com os alunos a quem ensinam devido à ignorância dos alunos no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, isso é surpreendente se, desde a escolha de um esquema de trabalho até o planejamento da aula, passando pelo ensino, avaliação e feedback, os alunos são mantidos totalmente separados do processo. Se falarmos com os alunos uma única vez, de forma pontual, portanto, sobre sua aprendizagem e pedirmos a opinião deles apenas em uma única ocasião, na melhor das hipóteses, haverá uma discussão superficial.

 

No entanto, se continuarmos com as discussões e o envolvimento, então, lentamente, ao longo do tempo, conforme sua confiança, seu vocabulário e sua experiência aumentam, a competência, experiência e qualidade de seu envolvimento crescerão a um nível tal que não é impossível imaginá-los desempenhando um papel pleno e, às vezes, independente nas decisões sobre o que precisam aprender e realizar e como aprender e realizar.

 

O papel da comunidade escolar

 

Até aqui, enfatizamos a importância de o aprender a aprender ocorrer em sala de aula e sendo somente responsabilidade do professor da disciplina.

 

Como já explicamos, isso garante que conjuntos relevantes de atitudes, habilidades e conhecimento possam ser aplicadas e transferidas em diferentes disciplinas quando forem mais necessárias. Esse modelo também concede aos professores a propriedade do currículo voltado ao aprender a aprender e, portanto, espera-se que seus alunos incorporem suas orientações. No entanto, aprender a aprender é algo maior do que apenas o ensino das matérias em sala de aula.

 

O objetivo de um currículo que estimule o aprender a aprender é desenvolver atitudes, habilidades e conhecimentos de aprendizagem ao longo da vida que sejam relevantes e úteis em todas as áreas da vida.

 

Isso precisa se refletir no ambiente integral da escola e não apenas na sala de aula. Uma escola que desenvolve o aprende a aprender continua a encorajar e desenvolver seus princípios e ética em todos os lugares e por todos os seus membros: da cantina da escola ao parquinho, dos corredores aos vestiários, de seus colaboradores a seus gestores. 

 

Essa prática leva a uma mudança fundamental de atitude da comunidade escolar, em que a os espaços estão repletos de "conversas sobre aprendizagem" positivas e em todos os lugares há alunos "aprendizes" buscando ativamente estender suas experiências.

 

A geração Z e o aprendizado

 

Além disso, não se pode esquecer que os estudantes de hoje, da Geração Z, são os primeiros que convivem com a Internet desde que nasceram. Eles foram criados num mundo de conectividade e de atualizações quase instantâneas de aplicativos e hardware. Como tal, valorizam e usam um fluxo constante de informações, percepções e recomendações para nortear suas decisões e orientar suas experiências. 

 

Nesse sentido, não é uma surpresa que cerca de metade dos alunos da Geração Z relate uma preferência pelo aprendizado autodirigido e independente. Esses alunos querem aprender "do seu próprio jeito" e de um modo rápido.

 

Como usuários nativos da Internet, a Geração Z está acostumada à tecnologia e sente que o tempo é escasso. Assim, as instituições de ensino devem considerar o investimento em Microaprendizagem, conhecida por cobrir rapidamente as lacunas de habilidades e conhecimentos, para se encaixar na vida agitada dessa geração.

 

Esses alunos querem escolher o que aprender e como querem aprender de uma maneira que pareça certa para eles. Dar a eles a liberdade de aprender por conta própria e, ao mesmo tempo, orientá-los sobre as habilidades necessárias pode criar uma jornada de aprendizado mais favorável, condizente com o seu desejo.

 

Nesse sentido, há vários meios de tentar conciliar todas essas necessidades, de estudantes, professores e escolas. Um deles foi criado pela Essia: o S.O.Essia. E o que é isso? 

 

Especialistas mapearam as dúvidas mais recorrentes por disciplina do Ensino Médio. Em seguida, foram gravados vídeos  de explicação de cada um desses tópicos, bem curtos  (com cerca de 03 minutos de duração cada um), objetivos e confiáveis, associando-os a uma Árvore de conteúdos do Ensino Médio.

 

Esse acervo de vídeos pode ter diversas aplicações: dentro de uma aula; antes ou depois da realização de exercícios e/ou avaliações, conforme a intencionalidade de cada instituição de ensino.

 

Finalmente, não se trata de uma “bala de prata”, algo infalível, mas, com o S.O.Essia, o desejo é contribuir com a melhora do aprendizado dos alunos por meio de uma solução de qualidade oferecida às instituições de ensino e a seus professores.