Entenda como a BNCC prevê o ensino de empreendedorismo nas escolas

outubro 09, 2020 | Publicado por undefined.

As escolas brasileiras já se esforçam para se adaptar às orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O texto apresenta orientações para todas as fases da Educação Básica e confere destaque ao empreendedorismo. O conteúdo sobre o tema deverá ser enfatizado no Ensino Médio, mas a proposta do documento não restringe a formação de empreendedores ao último segmento escolar.   

“Em 2021, as escolas de Ensino Médio devem considerar o tema em seu currículo. Já as de Ensino Fundamental não têm esta determinação, mas muitas se anteciparam e tratam disso há algum tempo, geralmente relacionando a negócios. O desafio agora é trabalhar de forma mais abrangente”, explica o professor José Dornelas, fundador da Editora Empreende e autor de 25 livros sobre o tema, alguns best-sellers nacionais.

Dornelas atua em cursos de MBA em empreendedorismo na Universidade de São Paulo (USP) e na Fundação Instituto de Administração (FIA). O professor, que possui pós-doutorado nos EUA pelo Babson College — considerada a principal escola de negócios com foco em ensino de empreendedorismo no mundo —, tem mestrado e doutorado pela USP e foi indicado ao prêmio Jabuti pelo livro “Empreendedorismo Corporativo”. 

“O professor deve ser mais um tutor que organiza as atividades, dando espaço aos alunos para terem ideias e tentarem implementá-las. Em empreendedorismo, não há respostas totalmente certas ou completamente erradas, há casos de sucesso e fracasso. Mas as circunstâncias que levam a uma situação bem-sucedida dependem de inúmeros fatores”, orienta o especialista. 

O empreendedorismo aparece como uma habilidade a ser desenvolvida pelas competências específicas de número 5, listadas na BNCC, e como uma das finalidades para o Ensino Médio contemporâneo. O documento sobre o Ensino Fundamental também cita a necessidade de os alunos serem apresentados ao assunto em sala de aula. A formação de empreendedores pode ainda ser estimulada por atividades extra-curriculares. 

Para alcançar esses objetivos, os educadores têm uma função crucial: “A flexibilidade do professor, a curiosidade e a motivação de trazer um tema tão atual para os alunos devem ser os principais motes. O tema, por si só, traz muito interesse aos alunos, mas pode ser ainda mais cativante quando há dinamismo nas aulas, desafios reais e reconhecimento pelas realizações de cada aluno”, garante José Dornelas. 

A Editora Empreende é parceira da Essia e reúne material didático dedicado à Educação Básica, com uma metodologia própria. O conteúdo tem como intuito colaborar com o processo de aprendizagem para a formação de empreendedores, por meio de uma proposta mais lúdica. Além disso, seus livros têm também o objetivo de tornar o empreendedorismo algo mais prático na rotina dos alunos.  

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Empreendedorismo na sala de aula

 

A despeito de o empreendedorismo ter sido amplamente difundido na sociedade nos últimos anos, ainda há dúvidas sobre a maneira como o conceito será trabalhado em sala de aula. Na maioria dos casos, as perguntas são relativas à periodicidade das aulas, à extensão do curso, à formação do professor e à proposta transdisciplinar.

As orientações, reunidas abaixo, pretendem colaborar para esclarecer algumas dessas questões. Os estados adotarão currículos diferentes, então é preciso estar atento às especificidades de cada região. Vale ainda ressaltar que as escolas terão autonomia para implementar as mudanças de acordo com seus próprios projetos pedagógicos.

Periodicidade das aulas: Há dúvidas a respeito da forma pela qual o empreendedorismo vai ser apresentado na grade horária das escolas. É importante que o conteúdo esteja em sintonia com o ritmo das demais disciplinas, para que seja criado um ambiente mais favorável. O programa da Editora Empreende, por exemplo, tem uma aula por semana. 

Extensão do curso: As escolas vão ter flexibilidade para fazer a transição até a consolidação da BNCC no dia a dia da educação. É preciso, no entanto, estabelecer a duração de cada curso de empreendedorismo. No caso da Editora Empreende, a previsão é de que o material didático seja trabalhado ao longo de um ano letivo.

Formação do professor: Muitos gestores se questionam sobre o perfil do professor responsável pelas aulas do tema. Não é necessário haver uma formação específica em áreas relacionadas à administração, gestão ou negócio. Com o material didático da Editora Empreende, o educador desempenha mais a tutoria e acompanha as atividades.

Proposta transdisciplinar: O documento propõe a integração entre cursos e disciplinas. O empreendedorismo, assim, segue a transdisciplinaridade. A título de exemplo, o material didático da Empreende se relaciona com os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, que tratam da diminuição da pobreza à busca por um consumo mais sustentável.

Se a sua escola já aborda o tema, comente sobre como têm sido as atividades. Com a autonomia de escolas e professores para trabalhar o conteúdo proporcionada pela BNCC, a troca sobre boas práticas na rotina escolar é muito importante. Leia o Blog da Essia, curta e compartilhe experiências bem-sucedidas de educação!