Educação integral: o que é e qual a importância disso para o aluno?

dezembro 24, 2020 | Publicado por .

O período escolar define o futuro dos alunos. O potencial de crianças e adolescentes precisa ser estimulado durante essa fase para que sejam formados adultos mais capazes e competentes. A Educação Integral tem o objetivo de aproveitar ao máximo essa etapa do desenvolvimento.

Essa proposta não se satisfaz com a grade horária do ensino tradicional. É preciso mais: a partir da percepção de que esse é um período decisivo, os educadores que defendem essa perspectiva insistem em expandir o horizonte de ações que envolvem os estudantes no ambiente escolar.

Esse novo paradigma de ensino se propõe a enxergar o processo de aprendizagem de maneira mais abrangente. Para desenvolver todas essas habilidades, é preciso um olhar que privilegie uma visão mais integral a respeito da educação. A subjetividade dos estudantes, assim, ganha destaque.

Continue por aqui e leia abaixo o que é Educação Integral e de que maneira essa proposta de ensino pode colaborar para o desenvolvimento dos seus alunos!

No que consiste a educação integral?

A decisão de uma escola de adotar a educação integral no seu dia a dia tem implicações muito importantes. É preciso que toda a equipe pedagógica esteja engajada com essa mudança de paradigma. Mas os esforços não devem estar limitados ao conjunto de educadores. 

A compreensão de responsáveis e demais profissionais também é necessária. Quem está sentado diante do professor é muito mais que um aluno: essa perspectiva exige que todas as dimensões das crianças e adolescentes sejam contempladas pelas atividades propostas pela instituição de ensino.

O foco não se volta somente para o desenvolvimento intelectual — a escola precisa estar atenta aos aspectos culturais e emocionais que atravessam o amadurecimento dos estudantes. O processo de aprendizagem deve se concentrar ainda em outros aspectos, como o físico.

Não é isso, contudo, que vem à mente quando o assunto é Educação Integral para a maioria das pessoas. É comum que a expressão seja entendida como apenas uma proposta para aumentar o tempo que as turmas vivenciam no ambiente escolar. Mas essa concepção está equivocada.

Educação Integral x educação em tempo integral: qual a diferença?  

Por isso, é relevante sublinhar a diferença entre essa proposta e a educação em tempo integral. A preocupação aqui não se limita à carga horária do ensino, mas sustenta que é necessária essa abordagem mais abrangente ao longo do período de formação de crianças e adolescentes.

A educação em tempo integral pretende manter as turmas durante mais tempo na escola. A ideia é oferecer uma grade de disciplinas extensa, que contemple também atividades diversas. Esse é um tema recorrente de debate das autoridades e sua aplicação tem se tornado cada vez mais frequente.

A Educação Integral, por outro lado, tem o objetivo de deixar para trás os compartimentos que delimitavam as várias áreas do conhecimento com que os alunos lidavam ao longo do período de formação. É uma visão mais integrada — deriva disso esse nome.

Essas duas propostas não são excludentes. Pelo contrário: é possível defender que escolas em tempo integral, com carga horária mais extensa, apresentem uma perspectiva de aprendizagem mais integrada aos alunos. É isso que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) evidencia.

Como a Base Nacional Comum Curricular vê a educação integral?

A BNCC reúne diretrizes para a educação em todo o país. Embora os estados tenham autonomia para desenvolver os seus currículos, existem parâmetros mínimos que têm a intenção de nivelar o ensino no Brasil e trazer melhorias para a aprendizagem dos alunos.

Apesar de o documento especificar as orientações para os diferentes segmentos da Educação Básica, existem dois propósitos que parecem ser transversais: aumentar a carga horária e a eficiência do ensino promovido pelos educadores brasileiros.

Em paralelo a isso, caminha o objetivo de inserir na rotina das instituições de ensino uma proposta mais integrada, para que o período escolar não se distancie tanto da vida além do portão dos colégios. A BNCC deixa essa preocupação registrada em vários de seus tópicos. 

Assim, a educação em tempo integral e educação integral podem encontrar uma harmonia. Com a implementação do documento, os gestores têm a oportunidade de conduzir as equipes pedagógicas em direção a uma concepção mais moderna, alinhada com as demandas do século XXI.  

5 princípios da Educação Integral

Exatamente por encarar os desafios para a formação dos alunos de maneira mais integrada é que essa proposta está em sintonia com o momento atual. Para colocá-la em prática, contudo, é preciso conhecer os principais eixos que tornam essa abordagem possível.

Conheça então os princípios que norteiam a Educação Integral!

1. Aluno no centro

É preciso manter os alunos motivados ao longo das aulas. A melhor forma de alcançar esse objetivo é fazer com que a centralidade da aprendizagem seja deslocada para os estudantes. É a partir da curiosidade, que não deve ser tratada com ingenuidade, que o desenvolvimento se dá.

O interesse das turmas deve nortear os professores na hora de fazerem as suas opções para os planos de aula. É essencial que a equipe pedagógica esteja preparada para lidar com alunos empoderados e dispostos a assumir o protagonismo nesse processo.

2. Territorialidade

Os alunos precisam reconhecer que estão inseridos em um contexto. A Educação Integral não pode ser efetiva se não houver a participação de toda a comunidade escolar no esforço de localizar o espaço que os estudantes ocupam, progressivamente, das escalas menores até as maiores.

Ou seja: para entenderem que pertencem a um país e têm determinada nacionalidade, os alunos precisam entender primeiro a realidade local a partir da rua e do bairro onde vivem. Esse procedimento incentiva a formação de cidadãos conscientes, capazes de solucionar problemas.

3. Aprendizagem permanente

A concepção de ensino que previa um período de formação com começo, meio e fim, que antecedia o momento em que o conhecimento era posto em prática, está ultrapassado. É imprescindível incentivar a noção de aprendizagem permanente no ambiente escolar.

Esse estímulo deve chegar aos alunos, mas precisa, antes, alcançar os professores. Os dilemas contemporâneos exigem que os indivíduos estejam preparados para aprender. E o mais importante: isso independe da área de atuação ou da idade. Todos necessitam continuar aprendendo.

4. Perspectiva coletiva e democrática

Estabelecer uma atmosfera colaborativa é determinante para que a aprendizagem floresça. O saber é um exercício coletivo: o próprio método científico precisa da cooperação entre os pesquisadores e do acúmulo de conhecimento. Essa compreensão é um alicerce para a Educação Integral.

É preciso construir a colaboração entre os atores da comunidade escolar em prol do desenvolvimento dos alunos. Essa perspectiva é mais democrática e ajuda a promover um ambiente mais positivo para a interação entre professores e estudantes.

5. Diversidade e inclusão

Se o intuito é promover esse convívio democrático, é preciso fomentar um clima de combate a todos os tipos de preconceito. Na infância e na adolescência, é mais fácil estimular a integração com diversidade. Isso é positivo até para inclusão de pessoas com deficiência.

Esse princípio favorece o desenvolvimento de cidadãos com mais capacidade de lidar com as diferenças. Essa habilidade é muito favorável também para os futuros profissionais no mercado de trabalho e será usada na hora da tomada de decisões.

Qual é o papel da comunidade escolar na Educação Integral?

Todas as pessoas envolvidas no processo de aprendizagem dos alunos contribuem para que esse ambiente cooperativo prospere. Esses agentes que compõem a comunidade escolar exercem funções diferentes no contexto da Educação Integral.

Saiba quem integra a comunidade escolar e qual é o papel de cada um para o desenvolvimento de crianças e adolescentes na Educação Básica!

Professores

Educadores são os responsáveis pelo contato direto com os alunos. Por isso, é preciso que estejam alinhados com o projeto pedagógico da escola, principalmente no horizonte da Educação Integral. Se a meta é adotar um olhar mais abrangente diante do ensino, os professores têm função essencial.  

Profissionais da escola

Compõem esse grupo funcionários de todas as demais áreas da instituição de ensino, dos serviços gerais à gestão. É necessário que esses profissionais também assumam essa proposta mais integrada e sejam um fator a mais para facilitar o processo de aprendizagem.

Responsáveis

Nem sempre são os pais os responsáveis por acompanhar de perto o desenvolvimento dos alunos. Podem ser até outros parentes os encarregados pela tarefa. No entanto, a essas figuras cabe identificar dificuldades dos estudantes e manter o diálogo com a escola para tirar eventuais dúvidas.


Faltaram, é claro, os alunos: as crianças e os adolescentes são o destino de todos os esforços da comunidade escolar para a promoção da Educação Integral. Essa proposta de ensino requer muita atenção dos educadores, mas apresenta muitos benefícios.

Como aproximar a Educação Integral e a tecnologia?

A Educação Integral exige uma perspectiva mais abrangente sobre o conhecimento e a respeito das potencialidades dos alunos. Essa proposta só é colocada em prática quando os estudantes usufruem da liderança do processo de aprendizagem, com autonomia e responsabilidade.

A tecnologia pode auxiliar no processo de adaptação das escolas até a implementação desse modelo de ensino. Leia mais sobre esse assunto clicando aqui e saiba de que forma soluções digitais colaboram para que crianças e adolescentes assumam a centralidade da dinâmica de ensino em segmentos da Educação Básica!