Empatia na escola: qual a importância e como trabalhar com os alunos?

junho 28, 2021 | Publicado por undefined.

Minimizar impressões, sentimentos e gestos dos alunos é uma atitude muito nociva para a educação. A equipe pedagógica precisa prestar atenção nas habilidades socioemocionais e ter o compromisso de exercitar a empatia com as turmas e no interior do quadro de funcionários da instituição. 


Há consequências positivas desse processo para diversos campos da vida social durante a infância e adolescência. A título de exemplo, é possível mencionar os desdobramentos da empatia para a convivência em sociedade, para o desempenho escolar e para a futura vida profissional.


A capacidade de se colocar no lugar do outro é uma condição para um bom relacionamento social. Compreender limitações e entender o que motiva cada pessoa em seus atos permite diálogos mais sinceros e produtivos: fica mais fácil solucionar problemas e superar obstáculos.


A empatia confere à atmosfera escolar uma proposta mais colaborativa. Em outras palavras: para a vivência dos estudantes, as salas de aula se tornam mais amigáveis e o conhecimento floresce com mais naturalidade. A partir daí, até os desafios também podem ser compartilhados.


Uma grande preocupação dos responsáveis é o destino das crianças e adolescentes no mercado de trabalho. O desenvolvimento da empatia é crucial para que, no futuro, sejam estabelecidos vínculos de confiança nas empresas e para que relações interpessoais sólidas sejam mantidas.


Para alcançar todos esses objetivos, a escola precisa se empenhar para aprimorar essa habilidade dos alunos ainda nos segmentos da Educação Básica. Por isso, este artigo apresenta algumas alternativas e mostra de que formas os educadores podem se dedicar para chegar a essa meta.


Aproveite a leitura!


O que é empatia?


Se é necessário que todos os alunos conheçam o conceito de empatia e as suas implicações na vida social, é imprescindível que a comunidade escolar domine essa ideia. Embora isso pareça ser uma afirmação do senso comum, é preciso se aprofundar nessa proposta que, de fato, é revolucionária.


Essa palavra dá conta da capacidade de compreender emocionalmente outras situações, enxergar sob prismas diferentes. Na teoria, isso pode se desdobrar para objetos ou acontecimentos. O mais importante, no entanto, é exercitar esse sentimento com relação a outras pessoas.


As pessoas empáticas são transformadoras para diferentes círculos de convivência, da infância à idade mais avançada. O ambiente escolar passa a ter interações mais ricas dentro de sala de aula, entre as crianças, os adolescentes e os professores. Mas essa não é uma experiência restrita.


A empatia dos adultos é definitiva para o processo de aprendizagem, porque o relacionamento dos responsáveis com o corpo docente é fundamental para o desenvolvimento dos alunos. Os diálogos dos professores e suas respectivas trocas de vivências também são de muita importância.


Quais são os tipos de empatia?


Muitos especialistas têm se esforçado para elaborar de maneira mais ampla a empatia. Os estudos no campo da pedagogia também apresentam avanços significativos. Essas pesquisas colaboram para o dia a dia do ensino e, por isso, é importante que os profissionais do setor as conheçam. 


Reconhecido por seu trabalho sobre a inteligência emocional, o autor Daniel Goleman, por exemplo, explora o tema de uma maneira diferente. E, com o intuito de estimular essa competência, classifica as suas três formas: as empatias cognitiva, emocional e a preocupação empática.


A primeira é a chance de entender outra perspectiva ou ponto de vista. A segunda representa a possibilidade de sentir as emoções de uma pessoa diferente. A terceira é a percepção de que o outro necessita de suas ações. A partir dessas três frentes, é possível exercitar essa habilidade.

Qual é a importância de trabalhar a empatia na escola?


A despeito de ser um sentimento e se manifestar, portanto, de modo subjetivo, a empatia não é algo que nasce puramente com os indivíduos. Todos têm as suas inclinações pessoais, mas é preciso desenvolver as habilidades para que, com o tempo, a relação em sociedade seja aprimorada.


O período da infância é significativo. Nos primeiros contatos com o mundo, o bebê já pode ser incentivado a perceber a dor e o bem-estar de quem o cerca. Desde o berço, o círculo familiar deve fazer com que a criança tenha uma visão mais abrangente acerca da sua realidade.


Durante a adolescência, a autonomia em relação aos responsáveis aumenta. A sociedade começa a se mostrar de forma menos ingênua, mas é nessa hora que os adolescentes precisam ser mais empáticos. Afinal, esse é um elemento que faz parte do processo de amadurecimento.


Devido ao fato de acompanhar esses dois momentos da formação, a Educação Básica tem o dever de oferecer estímulos para as habilidades socioemocionais. Os profissionais envolvidos nas dinâmicas escolares não podem perder isso de vista em momento algum das atividades cotidianas.

Como desenvolver a empatia nos seus alunos?


Os professores, principalmente a partir do Ensino Fundamental, mantêm o foco voltado para as disciplinas. Isso é justificável: a grade curricular no Brasil é extensa e, para dar conta de todas as suas dimensões, o corpo docente precisa sempre estar atento aos prazos. Faz parte!


Em meio à atribulada rotina do ensino, a empatia não pode ser menosprezada. Os funcionários da instituição de ensino devem levar em conta que a preocupação da escola é com a formação dos estudantes, e não somente com a transmissão de conteúdos de forma mais pragmática.


No caso da empatia, a atenção deve ser redobrada. Atitudes de caráter prático são muito proveitosas por poderem incentivar as turmas nesse sentido. Então, confira abaixo uma lista com 5 ações que podem ser tomadas para tornar os alunos mais empáticos.


Promova debates entre os alunos


Rodas para diálogos são importantes porque exercitam as habilidades de ouvir e se expressar dos alunos. Escutar é o primeiro passo para identificar os sentimentos dos interlocutores, enquanto a experiência de falar precisa levar em consideração todas as nuances para não ferir suscetibilidades. 

Estimule a escuta ativa


Não é somente nas discussões que crianças e adolescentes podem aperfeiçoar a capacidade de ouvir. Até os bate-papos informais incentivam essa prática. Quando os educadores redobram a atenção diante das dinâmicas dentro de sala de aula, é mais fácil estimular a escuta ativa.

Conte histórias e dê exemplos 


Conhecer diferentes narrativas torna crianças e adolescentes mais aptos a entender os sentimentos do outro. Se a literatura contribui para isso, rodas de contação de histórias apresentam uma alternativa mais coletiva para que essas trocas aconteçam no interior das turmas.

Promova atividades colaborativas


As avaliações não precisam ter enfoque individual: trabalhos em dupla fazem com que a colaboração faça parte da rotina do processo de aprendizagem. Mesmo em atividades que não conferem nota, é interessante promover diálogos entre grupos com dois ou mais participantes.

Traga jogos e brincadeiras para a rotina de aprendizado


Nada estimula mais a interação no ambiente de sala de aula do que propostas lúdicas. Os professores podem incentivar brincadeiras para romper obstáculos no relacionamento dos alunos e promover a integração. A partir do contato mais próximo, exercitar a empatia vira algo mais simples.


A infância e a adolescência são decisivas para que os indivíduos aprimorem a capacidade de se colocar no lugar do outro. A escola precisa aproveitar todo o potencial de crianças e adolescentes e fomentar essa habilidade para que, em última análise, a sociedade tenha um futuro melhor. 

Saiba mais sobre inteligência emocional e soft skills 


A preocupação com a inteligência emocional tem mobilizado muitos pesquisadores a se empenhar para identificar novas maneiras de estimular competências entre os alunos que transcendam o domínio do conteúdo estipulado pela grade curricular. Esse é um desafio e tanto.


Essas habilidades, chamadas também de soft skills, colaboram para a formação de indivíduos mais preparados para lidar com sucessos e frustrações, o que também tem desdobramentos para o desempenho escolar e pode representar uma melhora efetiva nas notas.


Como já foi visto, a empatia é uma capacidade que pode ser estimulada e traz excelentes consequências para a infância e para a adolescência. É por esse motivo que todos os atores da comunidade escolar precisam estar dispostos para desenvolvê-la.


Os esforços são ainda mais significativos nos segmentos da Educação Básica. O desenvolvimento do cérebro e da percepção do mundo nessa fase faz com que a formação pessoal e o conhecimento a respeito dos temas abordados pelas disciplinas sejam indissociáveis.


Ainda restam, entretanto, muitas dúvidas sobre o assunto. As exigências com relação aos programas de cada ano letivo e a responsabilidade de preparar os estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) continuam a ser as prioridades da rotina de quem dedica a vida à educação. 


A Essia preparou um artigo acerca das soft skills com o propósito de ajudar professores, coordenadores e gestores na missão de desenvolver a inteligência emocional no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Clique aqui para ler mais um texto do nosso blog