Como aplicar a gamificação na educação?

dezembro 03, 2020 | Publicado por undefined.

A vida conectada às redes é muito mais movimentada. A relação entre as pessoas e os objetivos a serem alcançados se apresentam de maneira mais intensa com o dia a dia tão corrido. Os dispositivos tecnológicos se aproximam dessa velocidade, e é nesse contexto que começamos a falar sobre gamificação na educação. 

A rotina tem características semelhantes às dos games atualmente. Por isso, muitas soluções digitais investem na interatividade para acompanhar o ritmo do cotidiano. A dinâmica desperta, inicialmente, a curiosidade dos usuários. Em seguida, é possível observar que o engajamento cresce. 

Essa proposta incentiva o envolvimento e pode gerar consequências positivas para o processo de aprendizagem. Se aproveitada bem pelos educadores, estimula também o interesse entre os estudantes e permite que os conteúdos sejam trabalhados com mais eficácia.

Neste post, a Essia reuniu as vantagens de aplicar essa abordagem nos segmentos da Educação Básica. Então, continue por aqui e conheça os benefícios que a proposta inspirada nos games pode trazer para o cotidiano escolar!

O que é gamificação (ou gamification)? 

Antes de começar, é preciso entender o conceito. Embora apareça em várias outras áreas, a gamificação (do inglês gamification) na educação é o uso de aspectos comuns aos jogos virtuais para motivar os alunos e promover a aprendizagem. 

Essa proposta tem como foco principal a resolução de problemas. A partir da utilização de mecanismos comuns aos games, o propósito é fazer com que os estudantes se entusiasmem com as atividades apresentadas pelos professores. 

No entanto, esse estímulo deve ser aproveitado também para ações fora do ambiente virtual. A função dos principais atores da educação ganha novo significado. Os professores, por exemplo, passam a desempenhar um papel parecido com o dos idealizadores dos games. 

Paralelamente, o corpo docente também acompanha o desempenho e orienta os estudantes. As turmas, por outro lado, assumem o protagonismo na educação e os alunos passam a desempenhar uma função ainda mais primordial.

E por que aplicar a gamificação no processo pedagógico?

Os efeitos da gamificação, portanto, transcendem os dispositivos tecnológicos e são perceptíveis para toda a comunidade escolar. É interessante para responsáveis, educadores e alunos entenderem de que forma as vantagens são aproveitadas na prática.

Essa proposta deve ser aplicada para potencializar a relação entre professores e alunos durante o processo de aprendizagem. Não se trata de substituir o projeto pedagógico da escola por uma série de jogos ou atividades em ambientes virtuais. 

Pelo contrário, a intenção é aproveitar a dimensão lúdica da educação para despertar maior engajamento entre os alunos. Isso incentiva os professores a utilizarem as suas experiências em sala de aula conjugadas com novas estratégias criativas. 

Engana-se também quem acredita ser imprescindível o investimento em alta tecnologia. Atividades que fujam da rotina e estabeleçam metas e etapas já se aproximam da proposta da gamificação. Ferramentas interativas, obviamente, contribuem para que o processo seja ainda mais atrativo.

8 benefícios para quem usa a gamificação no ensino

A gamificação representa um investimento na criatividade de toda a comunidade escolar. Desde os professores, que são instigados a inovar no dia a dia da escola, até os alunos, que se deparam com desafios muito mais instigantes.

Conheça agora as oito vantagens da gamificação!

1. Garante um ensino mais dinâmico e atrativo

Um dos grandes desafios dos profissionais da educação é manter as atenções das turmas voltadas para o processo de aprendizagem. Os alunos estão expostos a inúmeras distrações com o advento dos dispositivos móveis e da variedade de aplicativos ali inseridos.

Com tantos estímulos, as tradicionais exposições dos conteúdos e disposição dos estudantes em sala de aula parecem já não ser suficientes para dar conta do dinamismo que os estudantes buscam na educação. Assim, outras estratégias têm sido adotadas para garantir essa interatividade.

A gamificação se apresenta dessa forma como uma alternativa. Estabelecer metas e trabalhar os conteúdos de forma lúdica é uma maneira de acompanhar o ritmo do cotidiano de crianças e adolescentes já inseridos no mundo digital.

2. Aumenta o engajamento e a motivação dos alunos

Ao se aproximar da intensidade com que os alunos convivem, a gamificação colabora para aumentar a motivação durante as aulas. As particularidades geracionais fazem com que seja necessário adequar o ensino para o século XXI.

É recorrente a queixa, por parte dos professores, de que é difícil despertar o interesse dos estudantes com tantas possibilidades oferecidas pelo mundo digital. É possível afirmar que um dos motivos para isso é a dificuldade para acompanhar o ritmo das turmas.

Quem assume a proposta da gamificação precisa levar isso em consideração. Não é somente uma abordagem mais lúdica: essa mudança de paradigma pretende transformar o modo como a educação lida com o tempo para gerar mais engajamento.

3. Estimula a curiosidade e a persistência dos estudantes

Depois de estimular os estudantes a entrarem na dinâmica da gamificação, o desafio passa a ser mantê-los engajados nas atividades propostas. Somente assim é possível tornar o vínculo com essa abordagem mais duradouro e evitar que o processo se torne desinteressante.

A curiosidade cumpre função essencial para a manutenção do interesse. Cada etapa precisa incentivar o prazer em aprender nos alunos. As dúvidas precisam ser atrativos para o conhecimento, e não barreiras que geram desinteresse e levam crianças e adolescentes para outras atividades.

Quando o conhecimento se torna fruição, os alunos persistem mais. Em vez de aprenderem por uma exigência familiar ou para cumprir as regras da escola, há um entendimento mais geral a respeito dos processos envolvidos no ensino. E o melhor: tudo isso ainda é prazeroso!

4. Melhora a comunicação e o trabalho em equipe

Uma leitura apressada sobre o conceito de gamificação pode gerar dúvidas sobre o caráter individual dessa abordagem. Afinal, existe uma percepção de que os videogames deixaram os jovens mais reclusos e até causam uma diminuição de relacionamentos sociais.

No entanto, as atividades propostas pela escola podem assumir uma proposta mais coletiva. Os objetivos estipulados pelos educadores podem ser cumpridos por uma equipe de alunos. Os grupos devem manter entre si relações que são importantes para a formação dos estudantes.

A colaboração incentiva a comunicação. Essa habilidade é fundamental para o desenvolvimento ao longo da Educação Básica. Além disso, estimula a capacidade de trabalhar em equipe, característica muito elogiada no futuro para o mercado de trabalho.

5. Desenvolve competências socioemocionais dentro da sala de aula

Essa convivência colabora para que o estudante aprenda a lidar com a reação do outro. Conviver com a diferença é um desafio até para os adultos, uma vez que, independentemente do que for feito, a resposta será sempre imprevisível.

Desenvolver habilidades socioemocionais é uma necessidade para a escola. A abordagem mais lúdica pode contribuir para que isso se dê de maneira mais interativa. A dinâmica de jogo é interessante: mesmo com o revés, os estudantes precisam se superar a fim de chegar ao objetivo.

Em caso de sucesso, os alunos também precisam estar conscientes de que nada está definido e que uma nova e desafiante etapa irá se apresentar logo em seguida. Ao se depararem com essas situações, crianças e adolescentes experimentam sensações próximas das da vida adulta.   

6. Garante a fixação do conhecimento passado na escola

Um impasse comum diz respeito às diferentes reações de alunos durante a aula, quando o conteúdo é apresentado, e em casa, momento em que a maioria das dúvidas surgem. Se no primeiro instante há um sentimento de que o tema foi absorvido, logo em seguida vem uma decepção.

É comum que alguns questionamentos surjam quando os estudantes examinam novamente os conteúdos trabalhados pelos professores. Por isso, a comunidade escolar precisa estabelecer estratégias para fazer com que esses assuntos sejam fixados.

A gamificação é uma importante opção nesse sentido. Por conta da sua abordagem mais interativa, essa proposta torna os exercícios mais acessíveis e interessantes. Assim, as dúvidas representam mais um impulso para que as atividades sejam realizadas e o conteúdo, fixado.

7. Possibilita abordagens personalizáveis

A dimensão coletiva não deve se sobrepor ao desenvolvimento individual de cada estudante. São questões que devem caminhar paralelamente, para que o processo de aprendizagem da criança e do adolescente ocorra da maneira mais completa possível.

Existem ferramentas digitais que permitem que essa proposta mais interativa sejam personalizadas de acordo com a intenção de cada professor. A ordem dos conteúdos a serem trabalhados pode ser alterada para criar uma sequência sob medida para o projeto pedagógico.

Uma plataforma digital de ensino, por exemplo, permite que os educadores acompanhem o desempenho de alunos, individualmente. Essa abordagem possibilita comparações com as turmas e indica direcionamentos a serem seguidos nas próximas atividades.

8. Permite feedbacks mais rápidos sobre o aprendizado

Um dos principais entraves que impedem que os alunos se engajem no processo de aprendizagem é a falta de interações por parte do corpo docente. Embora o ambiente virtual mais dinâmico seja claramente um atrativo, é preciso que haja um acompanhamento das atividades.

Além de propor uma abordagem mais dinâmica, a gamificação pode se utilizar de ferramentas digitais para apresentar feedbacks individuais para os estudantes. Assim, não é necessário aguardar o resultado das avaliações tradicionais para saber como está o desempenho da turma.

A título de exemplo, plataformas digitais de ensino possibilitam interações mais rápidas e precisas. A análise dos dados coletados nas tarefas também incentiva que o corpo docente envie indicações mais específicas e atue diretamente para sanar dúvidas.

Quais são os métodos mais conhecidos de gamificação na educação? 

Depois de conhecer os benefícios dessa abordagem, é preciso compreender quais são as principais metodologias que podem ser adotadas para trazer essa proposta mais interativa para dentro de sala de aula. Cada dinâmica tem consequências diferentes para o desenvolvimento do aluno.

Entenda melhor os métodos mais reconhecidos de gamificação na educação e entenda como isso funciona durante as interações com as turmas!

Desafios, missões e conquistas

A divisão do processo de aprendizagem em fases é importante para alcançar o principal propósito da gamificação: estabelecer objetivos e incentivar que os alunos consigam cumpri-los. Essa é a principal característica que a educação pode extrair da dinâmica dos jogos.    

Daí a necessidade de estipular desafios, missões e conquistas. A interação é transformada quando existe entre os alunos a percepção de que os professores são agentes que podem contribuir para que as metas sejam batidas. Uma visão mais colaborativa, assim, entra em vigor.

Além disso, as missões tornam o processo mais compreensível para as turmas. As conquistas oferecem estímulos para que novos desafios também sejam encarados. Isso cria um ambiente saudável e atrativo para que o conhecimento floresça.

Pontuação e rankings

Distribuir pontos por cada objetivo alcançado ajuda a metrificar as conquistas. Ao fazer esse tipo de contagem, os educadores que propõem as atividades deixam nítido o valor de cada etapa para o processo de aprendizagem como um todo.

Essa estratégia também permite que os alunos tenham uma visão mais geral do ensino. A pontuação possibilita a criação de rankings, que colocam em comparação os desempenhos individuais e tornam possível um entendimento acerca do rendimento geral das turmas.

Mas atenção: a intenção dos rankings não deve ser estimular uma competição a todo custo. A proposta deve privilegiar as habilidades socioemocionais e o trabalho em grupo, em detrimento dos sentimentos de rivalidade e de egoísmo.

Premiações, reconhecimentos e recompensas

A sensação de reconhecimento é uma motivação para todas as instâncias de convívio humano. Para o desenvolvimento do conhecimento, esse sentimento é imprescindível. Tanto para os professores, com seu esforço em prol da educação, quanto para os alunos.

Ao estabelecer recompensas e premiações, a gamificação auxilia nessa tarefa junto aos estudantes. A retribuição por missão cumprida dá estímulos para que novos desafios sejam aceitos. Ao mesmo tempo, desperta engajamento por deixar evidente as vantagens de se empenhar.

Por parte dos professores, a principal retribuição é acompanhar a maneira como os alunos se interessam pelas atividades apresentadas. Para adotar essa proposta é preciso acima de tudo ter criatividade, mas o uso de tecnologia não é imprescindível. 

Storytelling, avatares e cenários

A dimensão narrativa dos games também pode ser aproveitada na educação. Se os mundos criados para os jogos fascinam e estimulam o engajamento no tempo livre de crianças e adolescentes, essa estratégia pode também ser usada no processo de aprendizagem.

É possível trazer para o ensino esses universos fantásticos por meio de usos do roteiro (storytelling), personagens (avatares) e cenários. A contação de histórias estimula a criatividade e pode tornar as etapas mais criativas. Os avatares, por sua vez, são as identidades dos alunos durante as atividades.

A estratégia de adotar personagens para cumprir as tarefas deixa tudo mais divertido. A transformação de cenário pode vir de uma simples mudança de espaço, para aproveitar o potencial da estrutura escolar, ou de uma sofisticada opção tecnológica, com adoção de um ambiente virtual.

A tecnologia pode ajudar a implementar a gamificação na sua escola

A criatividade é fundamental para que a gamificação dê certo na sua escola. Somente a partir da percepção da realidade local, com seus desafios e potenciais, é possível encontrar soluções interativas para deixar a dinâmica entre professores e alunos mais eficiente.

No entanto, a tecnologia é uma aliada para a implementação da gamificação. Ao apresentar alternativas com tecnologias digitais, os alunos enxergam com mais facilidade as semelhanças entre as atividades e os videogames que fazem parte de sua rotina fora do horário escolar.

O próprio ambiente virtual facilita essa identificação. Mesmo que não apliquem a gamificação, as escolas podem aproveitar algumas das vantagens mencionadas com inovações tecnológicas. Por exemplo, a interface interativa da plataforma digital incorpora benefícios dos games.

Por isso, gestores e professores devem estar atentos às soluções digitais no campo da educação. Em vez de subverter a ordem ou transformar o projeto pedagógico, quando adotadas corretamente essas ferramentas otimizam o tempo e aproveitam o melhor do educador.


A gamificação não é uma proposta única ou um modelo fixo a ser seguido: trata-se de uma perspectiva que tem como finalidade incentivar a criatividade e aproveitar o potencial dos profissionais envolvidos no processo de aprendizagem.

Compartilhe boas práticas de aprendizagem no blog da Essia!

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