Avaliação diagnóstica de aprendizagem: por que fazer?

abril 06, 2021 | Publicado por undefined.

É importante dedicar esforços à avaliação diagnóstica dos estudantes dos segmentos da Educação Básica. Isso porque, o processo de aprendizagem é baseado em todo o conhecimento que foi acumulado pelo aluno no passado e nos métodos para abordar os conteúdos previstos para os anos letivos.

Ou seja: passado e presente se misturam para apresentar aos alunos a possibilidade de um futuro de sucesso. A escola não pode negligenciar o que aconteceu nas séries anteriores, as defasagens que precisam ser superadas e os conteúdos que não devem ser retomados pelos professores.

Por outro lado, a preocupação com as lacunas dos anos letivos anteriores não deve diminuir o empenho na tarefa de oferecer às turmas as melhores aulas possíveis. A articulação desses dois pólos é o que torna tão necessária e, ao mesmo tempo, delicada a avaliação diagnóstica no ensino.

É muito benéfico que haja diálogo entre os educadores que convivem com os estudantes em diferentes períodos da vida escolar. Em conversas com coordenadores, é possível identificar tendências e traçar um perfil da criança ou do adolescente que está sentado na sala de aula.

O corpo docente pode também trocar informações a respeito do comportamento dos alunos. Mas isso não é suficiente: é imprescindível fazer a diagnose — outro nome pelo qual é conhecida essa metodologia, que avalia o conjunto dos conhecimentos que o aluno reuniu ao longo da sua trajetória.

Para que os profissionais da educação e os gestores de instituições de ensino entendam melhor como isso tudo funciona, a Essia elaborou este artigo. Aqui você terá acesso a dicas e ficará por dentro de práticas bem-sucedidas para a avaliação diagnóstica da aprendizagem. Boa leitura!

O que é a avaliação diagnóstica de aprendizagem?

Normalmente, quando o assunto é avaliação, a primeira imagem que vem à mente é a de turmas concentradas, fazendo provas e testes. Nesses casos, os resultados são aproveitados para os boletins e os desempenhos definem se os estudantes serão ou não aprovados no ano letivo.

Tradicionalmente, as notas que constam nos boletins vêm desses métodos para avaliar o conhecimento dos alunos. Essa, contudo, é uma ótica superficial. Muitas abordagens têm tentado reverter a visão engessada do processo de aprendizagem, como no caso das metodologias ativas.

Mesmo quem opta por propostas mais tradicionais precisa estar atento para não cair em armadilhas do senso comum. Nem o desempenho apenas pode ser mensurado por meio das provas nem as avaliações devem ter como finalidade só as notas, que são registradas no boletim de estudantes.

A diagnose, ou avaliação diagnóstica da aprendizagem, exemplifica isso. Em vez de ter como objetivo atribuir notas aos alunos para o ano que está em curso, essa prática pretende conferir se as turmas dominam os conteúdos que, até ali, deveriam ter sido assimilados nas séries anteriores.

A avaliação diagnóstica permite ainda fazer comparações entre as crianças e os adolescentes. Então, se houver lacunas na compreensão de determinados conteúdos em um percentual expressivo de alunos, é preciso que o reforço não seja individualizado. O trabalho deverá ser feito com a turma.

Quando e por que ela deve ser aplicada?

O início do ano chega com altas expectativas: o reencontro com os colegas, a retomada do relacionamento com os professores e o retorno ao ambiente da escola são marcantes. Acima de tudo, está a vontade de aprender novos conteúdos. Esse deve ser o intuito da comunidade escolar.

Para corresponder a todas essas esperanças, a escola precisa se programar. A melhor forma de iniciar o ano letivo é compreender exatamente qual é o ponto de partida dos estudantes para os conteúdos que serão tratados. Essa é a principal intenção por trás das avaliações diagnósticas.

As primeiras impressões definem muitos dos fatores que vão colaborar para o desenvolvimento dos alunos. Na interação com o corpo docente, os primeiros dias são muito importantes. É nesse período que há a apresentação e que deve ser estimulada a empatia para um bom convívio com as turmas.  

Nesse momento tão decisivo, a diagnose é, na prática, uma apresentação que diz respeito ao conhecimento. A partir da maneira pela qual os estudantes lidam com os assuntos, os professores entendem o nível de familiaridade com cada tema. É, portanto, a primeira etapa para o ano letivo.

O que diz a BNCC sobre o diagnóstico de aprendizagem?

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) definiu as diretrizes para que o processo de aprendizagem nas instituições de ensino de todos os estados do Brasil tivessem parâmetros mínimos. Até então, não havia um documento unificado que orientasse as ações em escala nacional.

A partir da sua publicação, houve consideráveis mudanças para as escolas. Nesse período, entrou em vigor também a reforma do Ensino Médio. As alterações caminham em várias direções. A BNCC indica inclusive algumas atitudes que devem ser tomadas para as avaliações.

Uma observação constante entre educadores e pesquisadores da área é a de que no Brasil as abordagens são excessivamente conteudistas. Em outras palavras, existe uma preocupação muito grande com assuntos específicos e isso, de certa forma, dificulta a formação na Educação Básica.

A partir dessa crítica, a BNCC foi estruturada com base em competências. As habilidades que crianças e adolescentes precisam desenvolver no Ensino Fundamental e no Ensino Médio passam a ser o foco de todas as ações da comunidade escolar, com destaque para o quadro de funcionários.

As avaliações diagnósticas devem se adaptar a essas tendências. Em vez de se concentrar nas dificuldades que os estudantes apresentam em assuntos muito específicos, é necessário identificar a capacidade de usar os conhecimentos para formular ações práticas e ter pensamento crítico.

Avaliação formativa e avaliação somativa: quais são as diferenças?

Como já foi mencionado, são muitas as imprecisões que a diagnose desperta entre aqueles que não trabalham com educação. Os equívocos não podem ser repetidos por educadores. É, inclusive, função desses profissionais explicar essas noções para os responsáveis.

O principal engano é o que confunde essa prática com outras duas que compõem o cronograma do ensino: avaliação formativa e avaliação somativa. Embora todas tenham como propósito mensurar as habilidades dos alunos, há diferenças importantes que precisam ser observadas.

A primeira prática tem a ver com o acompanhamento da aprendizagem. Observar de perto a  maneira pela qual os estudantes reagem aos estímulos e se desenvolvem é a tarefa da avaliação formativa. É preciso notar, por meio desses indicadores, como a rotina em sala de aula pode ser aprimorada.

Já a segunda prática está mais próxima das noções de prova e de teste, amplamente conhecidas até por quem não trabalha em escolas. A avaliação somativa deve ser aplicada ao final de cada ciclo do ano letivo para definir se o estudante domina ou não os conteúdos abordados pelas disciplinas.

No calendário escolar, a avaliação diagnóstica se localiza antes das outras duas. Trata-se de uma etapa anterior que precisa ser cumprida com o intuito de, em seguida, acompanhar e mensurar o empenho e o desempenho nos bimestres ou trimestres que integram cada série.

Saiba como aplicar a avaliação diagnóstica de aprendizagem na sua escola

Uma ação que precede a elaboração da avaliação diagnóstica é a busca por mais informações sobre como foi o ano letivo anterior dos alunos. É importante conhecer as condições com que os alunos se depararam e entender quais conteúdos foram, de fato, trabalhados.

Tradicionalmente, a diagnose em si lembra muito a estrutura dos simulados: questões de múltipla escolha ou discursivas que permitem que os estudantes demonstrem os seus conhecimentos sobre determinados temas. Educadores, no entanto, têm procurado outras abordagens.

Cada vez mais, as instituições de ensino incentivam o empoderamento das crianças e dos adolescentes. A avaliação diagnóstica pode ser uma oportunidade para estimular esse protagonismo estudantil. Para isso, os professores precisam escapar das estratégias mais óbvias.

Até atividades interativas, apresentações em grupo e exercícios mais lúdicos podem cumprir essa função. A criatividade dos professores é o motor que também fomenta a inventividade na infância e na adolescência. Ambientes instigantes e positivos são fatores determinantes para o desenvolvimento.

Conheça os principais desafios da educação na atualidade!

Já que a proposta é buscar alternativas para avaliar de que formas os alunos interagem com os conteúdos trabalhados nos anos anteriores, por que não usar inovações tecnológicas? Em uma sociedade profundamente digitalizada, a utilização de ambientes virtuais é sempre uma boa opção.

Até mesmo o formato mais tradicional de avaliação diagnóstica aproveita esses novos suportes. Em tempos de pandemia, com a necessidade de isolamento social, a diagnose pode ser feita por meio de plataformas digitais de conteúdo didático. Assim, o calendário da escola não é comprometido.

A tecnologia é uma aliada constante dos professores atualmente. Mesmo quando se encontram diante de diferentes dilemas, os educadores procuram soluções digitais. Por isso, os gestores precisam estar constantemente antenados com as novidades que estão disponíveis para esse setor.

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