Saiba como incentivar a leitura em crianças e adolescentes

janeiro 28, 2021 | Publicado por .

 

Nunca houve tanta leitura e tanta escrita no Brasil. Com a popularização dos smartphones no país, a comunicação, que antes era quase que totalmente dominada pela oralidade, mudou. Isso torna ainda mais necessário o incentivo para que crianças e adolescentes leiam mais.

A transformação não representa uma melhora imediata nas habilidades de redação e interpretação para a população — embora a necessidade de escrever e ler tenha crescido com os aplicativos de mensagens, são muitas as defasagens no processo de aprendizagem nessa área.

Nessa conjuntura, não seria um equívoco constatar que nunca se leu tanto no Brasil e, ao mesmo tempo, nunca foram cometidos tantos erros ortográficos ou interpretativos. É imprescindível a função dos profissionais de ensino, responsáveis por fortalecer as aptidões dos alunos com os textos.

Os segmentos da Educação Básica devem ser aproveitados ao máximo para que sejam desenvolvidas as capacidades de produção e compreensão textuais.Os períodos da infância e da adolescência exigem cuidados especiais para que esses dois hábitos sejam estimulados.

Mas a comunidade escolar precisa estar engajada nessa tarefa. Responsáveis devem incentivar o aprimoramento dessas habilidades dentro de casa. Os demais funcionários precisam ter a consciência de que a participação de todos é fundamental para isso.

O costume de ler é o primeiro de toda essa jornada. Desde os primeiros anos de vida, o interesse por esse fantástico mundo das letras pode ser estimulado. Para que você conheça formas de incentivar esse hábito, a Essia preparou este artigo. Então, aproveite a leitura!

A importância do hábito da leitura para o aprendizado e para a vida

A criatividade é uma virtude fundamental na vida adulta. Quem tem a capacidade de encontrar soluções, muitas vezes até inusitadas, para os desafios do cotidiano consegue ser bem-sucedido. O hábito da leitura ainda na infância ou na adolescência promove essa inventividade.

Outra qualidade que o costume de ler incentiva é a empatia: a viagem por outras realidades que a literatura proporciona faz com que os leitores compreendam e, em última análise, até consigam sentir de certa forma as angústias, alegrias e dores ali relatadas.

Portanto, os benefícios que os livros trazem não se limitam a objetivos profissionais ou acadêmicos dos alunos: romances, contos, crônicas, ensaios, poemas, biografias e relatos memorialísticos contribuem para a formação de pessoas melhores e para uma sociedade com mais empatia.

Leia abaixo três vantagens diretas que a leitura traz!

Melhora a escrita e a habilidade de redação

Somente as pessoas que leem conseguem escrever. Essa máxima, repetida por todos os professores de Língua Portuguesa ou Redação, é infalível. O vocabulário de quem tem familiaridade com os livros é mais amplo. Por exemplo: é maior a facilidade para encontrar sinônimos.

Também é mais fácil empregar expressões que querem dizer exatamente o que se pretende expressar. Enquanto se debruçam sobre as obras, os leitores têm contato com construções de frases mais elaboradas que podem ser utilizadas em suas próprias redações.

É importante, contudo, que o costume de ler não seja visto como uma tarefa puramente técnica. A finalidade não pode ser fortalecer a escrita, mas desfrutar do conteúdo do próprio texto. A leitura é um hábito de fruição. Para alcançar esse prazer, é preciso ter concentração.

A habilidade de focar no texto demanda tempo até ser desenvolvida. Isso é ainda mais determinante em um período de tantos estímulos pelas redes sociais. Ao conseguir se concentrar na leitura, o estudante terá mais facilidade também para se ater aos exercícios de escrita.

Aflora a criatividade

As plataformas digitais para comunicação e relacionamento exigem, a todo momento, a criação de conteúdo. Ao produzirem desde imagens até textos e vídeos, os usuários estão em constante interação. Não obstante, é necessário encarar a criatividade de maneira mais abrangente.

Essa característica não pode se limitar à capacidade de criar em um ambiente controlado ou com alternativas preconcebidas. Ser criativo é transcender as opções que estão à mostra, encontrar possibilidades novas e explorar o máximo do seu próprio potencial.

Os livros colaboram para essa postura. Leitores de obras de não-ficção podem se inspirar em trajetórias de pessoas reais que, quando se depararam com obstáculos, foram capazes de inovar e propor caminhos diferentes. Biografias e autobiografias ajudam nesse sentido.

A partir do instante em que têm a criatividade aflorada, crianças e adolescentes estão aptos para lançar seus olhares inovadores sobre qualquer coisa, em qualquer ambiente. Inclusive nas já mencionadas redes sociais e nas novas tecnologias.

Estimula o pensamento crítico

Quando é hora de ver televisão, os espectadores se sentam diante da TV para assistir aos programas. No caso do rádio, nem é preciso parar para acompanhar a programação, basta ouvir. Na internet, os cliques definem os conteúdos que serão consumidos.

Em todas essas plataformas, o usuário adota uma conduta mais passiva. Com leituras de fôlego, o cenário é diferente: cabe ao leitor abrir o livro, escolher por onde começar ou em que momento parar, determinar se deseja voltar algumas páginas ou seguir adiante.

A diferença parece sutil, mas não é. O protagonismo dos leitores é algo que precisa ser aproveitado. A partir do momento em que se sente habilitado a fazer essas escolhas, é também capaz de encarar de maneira crítica o que lhe é apresentado. Esse olhar mais criterioso depende da postura ativa.

Exercitar essa habilidade entre as turmas da Educação Básica é fundamental. Neurocientistas apontam que crianças e adolescentes que são estimuladas a refletir, com base na leitura, criam aptidões que duram a vida toda e serão úteis em vários momentos depois do período escolar.

Aumenta a visão de mundo e o repertório

Em uma conversa informal, já dá para perceber quem tem uma visão mais ampla de mundo. As referências diversas, o conhecimento mais abrangente e a maneira como são articuladas as frases deixam evidente qual a amplitude da perspectiva a partir da qual a pessoa enxerga a realidade.

É possível chamar isso de repertório. Essa capacidade de desenvolver o bate-papo está diretamente ligada à leitura. Leitores que já se debruçaram sobre livros de vários autores conseguem falar a respeito de assuntos mais diversificados com maior desenvoltura.

Não se trata aqui de dividir a alta literatura da baixa — toda leitura pode contribuir para uma visão mais ampla de mundo. Os professores precisam fomentar esses hábitos sem perder de vista as predisposições das próprias turmas, seus temas de interesse e áreas que despertam curiosidade.

A produção de texto é afetada por esse repertório que o aluno detém. Se em uma simples conversa já é possível identificar a desenvoltura, na hora que os exercícios de redação provocam os estudantes a argumentar sobre algum tema isso é imprescindível.

5 dicas para incentivar a leitura em crianças e adolescentes

De que forma fomentar o costume de ler nas turmas nos segmentos da Educação Básica? Há diferenças entre o que os professores podem fazer para incentivar esse hábito com as crianças do Ensino Fundamental e o que pode ser realizado com os adolescentes a partir do Ensino Médio.

Existem muitas dúvidas a esse respeito na comunidade escolar, principalmente com relação à divisão das tarefas para os responsáveis, para a escola e para os próprios professores. Todos precisam estar engajados no fomento à leitura nesse período tão decisivo para a formação.

O ambiente doméstico é onde o prazer se expressa. Quando os estudantes leem no tempo livre em casa, essa experiência já faz parte da rotina. O colégio é o espaço para sistematizar esse processo, oferecer orientações para organizar as leituras e construir consciência crítica sobre as obras.

A Essia organizou uma lista de cinco sugestões que todos os atores da comunidade escolar podem executar para estimular que os estudantes leiam. Saiba mais abaixo!

1. Entenda o interesse dos seus alunos

Nenhum hábito é criado somente com regras, padrões e disciplina. É preciso ter a dimensão dos benefícios gerados pelas atitudes para que o costume seja cultivado. E, acima de tudo, é necessário desenvolver o entusiasmo com essa ação para que isso se torne um bom passatempo.

A leitura deve ser prazerosa. Para isso, é importante incentivar o contato com obras de temas que despertam o interesse dos jovens leitores. Por exemplo: o hábito pode ser introduzido na vida de alunos que adoram as aulas de Educação Física por meio de livros sobre esporte.

2. Estimule a leitura por prazer e não por obrigação

No momento em que o leitor sente que aquele assunto o interessa, existe uma tendência para buscar outros autores que tratam do tema. Há também a possibilidade de haver curiosidade diante dos títulos de outros livros do mesmo escritor. Essa rede de obras sempre é criada a partir do prazer.

A prazerosa experiência com os livros contrasta com a imposição de uma lista de obras que devem ser lidas. Determinações inibem o interesse. Para exemplificar, é possível citar Machado de Assis: de tão recomendado pode se tornar mais cansativo para os alunos, apesar da qualidade da sua prosa.

3. Dê o exemplo a eles

É quase impossível formar leitores a partir de um ambiente formado por pessoas que não têm o hábito de ler. Não basta alertar para a necessidade de manter esse costume ou para as vantagens na vida acadêmica ou na trajetória profissional que isso pode trazer.

É necessário dar exemplo. Quando os pais reforçam o prazer de ler durante conversas cotidianas, é mais fácil incentivar os alunos. É importante que os educadores estejam também antenados com os lançamentos editoriais para propor títulos recém-lançados, com novas abordagens.

4. Proponha conversas e debates sobre literatura

À primeira vista, é uma atividade solitária. A não ser nos casos raros de leitura compartilhada, em que as palavras são lidas em voz alta, a relação com os livros costuma ser muito individual e silenciosa. Deriva disso a necessidade de encontrar o prazer mais íntimo com esse hábito.

Existem, entretanto, oportunidades para tornar essa experiência coletiva. Conversas sobre os livros têm essa capacidade. Nessas situações, que podem acontecer em casa ou no ambiente escolar, é possível partilhar nomes dos autores preferidos, obras divertidas e trocar impressões sobre os títulos.

5. Ofereça as opções online

Historicamente, o suporte do livro foi o papel. Por séculos, os textos circulavam nesse formato, com capa, contracapa e lombada. A profunda digitalização da vida atual, contudo, oferece novas plataformas que podem também interessar os alunos e aproximá-los desse hábito.

Dispositivos leitores de livros em formato de Ebook, a exemplo do Kindle, apresentam experiências diferentes e podem servir para cativar crianças e adolescentes. A nova proposta não precisa negligenciar os livros físicos. Complementar essas duas plataformas é o mais desejável.


O interesse pelos livros depende de todos os atores envolvidos no processo de aprendizagem. Gestores, responsáveis, professores, outros profissionais e, é claro, os alunos precisam se empenhar para aproveitar o período da Educação Básica para desenvolver essa habilidade.

Entenda como estimular que o aluno estude em casa

Os textos nunca estiveram tão disponíveis. Com as redes sociais, é possível ter acesso a documentos mais densos e, simultaneamente, a mensagens mais fragmentadas. Por isso, os profissionais da educação devem acompanhar esse contato com as leituras.

É preciso, inclusive, estimular o interesse por obras de fôlego. Ou seja: textos mais extensos, que exigem mais concentração mas aumentam o repertório cultural, de vocabulário, e até de argumentação. Isso é fundamental para o desempenho em todas as disciplinas.

O hábito da leitura também facilita a resolução de exercícios. Assim, as tarefas de casa tendem a se tornar mais simples e o tempo dedicado a esse trabalho fica menos desgastante. As tarefas para reforço cumprem uma função imprescindível para o sucesso do processo de aprendizagem.

Clique aqui e entenda a importância de estudar em casa. No artigo, a Essia lista alguns conselhos para que a sua escola contribua para o hábito de exercitar os conhecimentos adquiridos durante as aulas entre os estudantes. Não perca!