Como implementar um projeto de empreendedorismo na escola?

fevereiro 02, 2021 | Publicado por undefined.

São muitas as transformações recentes na sociedade. A educação não será bem-sucedida se não se mostrar habilitada a acompanhar todas essas mudanças. As alterações no cenário econômico, por exemplo, são muitas e motivam projetos de empreendedorismo na escola.

Empreender se tornou uma necessidade para quase todas as áreas com a nova configuração do mercado no Brasil. Tradicionalmente, o tema foi tratado como uma vocação, restrita a alguns, para abrir negócios e gerir empresas. Essa, contudo, já é uma visão superada. 

Habilidades desenvolvidas em aulas de empreendedorismo são capazes de auxiliar profissionais de várias áreas. A capacidade de estabelecer planos, alcançar metas e promover seus próprios serviços é uma condição sem a qual não é mais possível prosperar. Por que não incentivar isso desde cedo?

Os currículos das escolas têm sido adaptados para fomentar o processo de aprendizagem sobre esse assunto desde os segmentos da Educação Básica. Iniciativas de instituições de ensino têm alcançado sucesso nesse sentido, formando novas gerações de empreendedores.

Mas essas ações não estão limitadas a escolas específicas: as diretrizes do Ministério da Educação também estimulam as aulas sobre o assunto para crianças e adolescentes durante o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. A proposta é motivar uma mudança mais ampla.

 

Entenda como o seu colégio pode se preparar para implementar um projeto de empreendedorismo junto aos estudantes com este artigo da Essia!

 

Por que trabalhar o empreendedorismo na escola?

O mundo do trabalho atravessa uma série de mudanças — nem todas são positivas para grande parte da população. A introdução da robótica e da inteligência artificial tornaram a competição no mercado de trabalho ainda mais acirrada e desigual nas últimas décadas.

Mudanças na legislação contribuíram também para aumentar o nível de informalidade no Brasil. A conjuntura, portanto, apresenta desafios muito grandes, sobretudo para as novas gerações que vão entrar, em um futuro próximo, na disputa por postos de trabalho.

Apesar disso tudo, é necessário identificar oportunidades nesse cenário. A partir das novas orientações do governo federal para o ensino do empreendedorismo, os professores podem aproveitar a carga horária destinada ao tema para aprimorar competências dos alunos.

A visão empreendedora pode contribuir para o planejamento dos estudantes, para criar uma consciência sobre a organização das empresas e até para o amadurecimento pessoal. Esses caminhos empoderam as turmas para os obstáculos que terão que enfrentar na vida adulta.

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Empreendedorismo na BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento que deve nortear o desenvolvimento das grades das disciplinas nas escolas no Brasil. Embora não tenha um fixo caráter normativo, o texto oferece orientações para os educadores. A BNCC também trata do empreendedorismo.

O documento menciona a necessidade de trabalhar o tema tanto no Ensino Fundamental quanto no Ensino Médio. A partir dessas indicações, gestores e coordenadores precisam estar atentos para adequar os seus planejamentos e oferecer esses novos conteúdos para os estudantes.

Na rede pública, cada estado tem a liberdade de definir como será o seu novo currículo depois da BNCC. Para o ensino privado, essa autonomia é reservada a cada instituição particular. Esse é o motivo que torna necessário conhecer profundamente tudo sobre as aulas de empreendedorismo.

Principais benefícios para o futuro do aluno

Há alguns tópicos específicos nos quais o ensino do empreendedorismo apresenta resultados mais perceptíveis. Embora o contexto seja desafiador, a maneira como os alunos se engajam e conseguem melhorar de desempenho oferece indícios muito animadores.

A escola precisa estruturar essas aulas sem perder de vista esses objetivos. Nesse sentido, os professores precisam ter atenção redobrada. Para não incorrer em elaborações muito abstratas, a equipe pedagógica precisa se nortear por essas metas. 

Um dos principais argumentos para a inserção das aulas sobre o tema na grade curricular dos segmentos na Educação Básica é a falta de conexão do ensino tradicional com a realidade do aluno. Não faria sentido trabalhar o empreendedorismo também a partir de conceitos distantes.

Tudo isso é determinante para que a implementação seja bem-sucedida, mas já está comprovado que o caráter prático é imprescindível. Leia abaixo os benefícios que devem nortear os conteúdos abordados com as turmas e orientar as atividades com os estudantes.

Senso de responsabilidade

Aos gestores das empresas, é reservada a responsabilidade de gerir as diversas frentes de trabalho que estão sob a sua administração. Isso requer uma visão holística — ou seja, uma capacidade mais ampla de enxergar o que acontece e de estar atento a dimensões nem sempre priorizadas por outras pessoas.

Ao notar cada pequena nuance das atividades, o administrador precisa se sentir responsável por tudo o que pode ter desdobramentos nos resultados da empresa. Do ponto de vista do empreendedor, é preciso dominar todas as engrenagens necessárias para o processo de produção.

O senso de responsabilidade vira algo tão presente na rotina dos gestores que nem consta nas listas de afazeres: essa percepção atravessa todas as suas atividades. Em vez de focar na simples execução de algo, o administrador deve ter em mente sempre um horizonte mais global do processo.

O ensino de empreendedorismo precisa trazer isso para sala de aula. Desenvolver essa habilidade não é positivo somente para os alunos que pretendem exercer cargos específicos à frente das empresas, mas é útil para todos os que pretendem entrar no mercado de trabalho no futuro.

Estímulo a lideranças

É sempre um fator de motivação para os educadores pensar que todas as capacidades são desenvolvidas. Trabalhar com habilidades, em vez do conceito de vocação, estimula o processo de aprendizagem e impulsiona os esforços para aprimorar as competências de crianças e adolescentes.

Existem, dessa forma, duas maneiras de enxergar os empreendedores. A primeira é a partir da concepção de vocação: aqueles que se dedicam a empreender nascem com dons que fizeram com que fosse possível criar, manter e fazer com que se desenvolvam as empresas.

A outra avalia que é possível investir esforços, durante a infância e a adolescência, para que sejam criados novos empreendedores. Essa perspectiva considera que, a despeito das aptidões pessoais, é viável aprimorar as habilidades por meio de aulas, exercícios e atividades.

Para que dê certo, o enfoque do ensino de empreendedorismo tem que se voltar para essa segunda opção. Caso isso ocorra, passa a ser mais fácil desenvolver a capacidade de se relacionar em grupo e, principalmente, de exercer liderança diante dos desafios. A vida em conjunto fica mais simples.

Melhora a autoconfiança

A noção de empreendedorismo é quase toda criada em torno da ideia de self-made man — empreendedor capaz de, por meio de seus próprios esforços, alcançar ótimos resultados na área a que se dedica e ser reconhecido pela sociedade como exemplo de sucesso.

À primeira vista, essa percepção mais individualista contrasta com a proposta das instituições de ensino. As escolas são compostas por profissionais com formação e trajetória distintas, mas somente quando todos estão engajados no processo de aprendizagem é que o conhecimento floresce.

Embora, na vida real, nem sempre o sucesso pessoal seja tão fácil assim, existe uma dimensão do empreendedorismo que pode ajudar no desenvolvimento: a autoconfiança. A narrativa de sucesso para empreendedores valoriza as suas características particulares.

As aulas sobre o tema devem, dessa maneira, combinar os elementos dessas duas diferentes propostas. É preciso conciliar as vantagens desse propósito mais coletivo das escolas com os benefícios de um horizonte concentrado nas peculiaridades individuais.

Aumenta a independência

Por meio dessa perspectiva, que incentiva o ímpeto pessoal dos alunos, é permitido incentivar a independência dos estudantes dos segmentos da Educação Básica durante as aulas de empreendedorismo. A autonomia é uma virtude fundamental para o mercado de trabalho.

As empresas têm se tornado cada vez mais horizontalizadas. Isso quer dizer que as estruturas corporativas estão menos sujeitas a hierarquias rígidas do que a própria criatividade dos funcionários para que sejam encontradas soluções para os obstáculos com que a firma se depara.

Para que seja mantida uma atmosfera criativa no ambiente de trabalho é imprescindível que cada profissional conheça suas atribuições. Um ambiente marcado por cobranças e estresse é nocivo para a produtividade: até os números da empresa vão indicar que esse clima não é positivo.

A independência deve ser estimulada desde a infância. As metodologias ativas, por exemplo, trazem para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio abordagens que colocam os alunos no centro do processo de aprendizagem para incentivar a autonomia de crianças e adolescentes.

Metodologias que ajudam a trabalhar o empreendedorismo na escola

Especialistas em educação têm apresentado formas inovadoras de aplicar os princípios do empreendedorismo na sala de aula. O conteúdo é, em si, transformador, uma vez que leva aos alunos discussões que tradicionalmente não apareciam nos currículos escolares.

No entanto, a abordagem pode tornar o ensino sobre o tema ainda mais interessante para os estudantes. Utilizar a tecnologia para se aproximar da linguagem usada por crianças e adolescentes, por exemplo, pode colaborar para que todo esse esforço seja bem-sucedido.

É possível conciliar as propostas mais modernas de educação com as diretrizes para o ensino do tema. Em muitos casos, essa combinação é a forma mais eficaz de trabalhar o conteúdo sem cair em abstrações e generalizações. Essas conceituações muitas vezes afastam as turmas.

Atualmente, são várias as experiências que pensam a educação a partir de outras perspectivas. A Essia destacou quatro maneiras de surpreender positivamente as turmas com o ensino de empreendedorismo. Confira breves descrições de cada uma abaixo!

1. Gamificação

A linguagem dos jogos pode contribuir para o processo de aprendizagem dos alunos. Deixar o ensino mais lúdico, trabalhar com metas e estabelecer rankings pode favorecer uma competição saudável no interior das turmas e, por conseguinte, fazer com que os alunos aprendam com mais facilidade.

2. Design Thinking

Apostar na solução de problemas por meio das capacidades humanas é o que norteia o design thinking. Nessa abordagem, a proposta é privilegiar a criatividade e, através de ações conjuntas, conseguir superar os obstáculos que surgirem no processo de aprendizagem.

3. Aprendizagem baseada em projetos

Para manter-se vinculado aos desafios práticos do dia a dia, uma boa opção para o ensino é a aprendizagem baseada em projetos. Ao estipular planos junto aos alunos, essa abordagem se mostra ideal para que sejam trabalhados os conteúdos relativos ao empreendedorismo.

4. Sala de aula invertida

Essa perspectiva privilegia o aluno acima de tudo. Os estudantes devem conhecer o conteúdo das disciplinas antes das aulas. A dinâmica com os professores é alterada: o protagonismo passa a ser das turmas e a tendência é que o ensino de empreendedorismo alcance o sucesso. 


A implementação do ensino sobre o tema, portanto, precisa estar atenta às particularidades de cada escola. O projeto pedagógico varia entre as instituições de ensino. Por isso, é necessário analisar todas essas abordagens antes de definir qual será aplicada com a sua equipe pedagógica.

Entenda qual o papel da escola no desenvolvimento do protagonismo dos estudantes!

Então, é preciso encarar o empreendedorismo como uma das frentes para o desenvolvimento de crianças e adolescentes durante os segmentos da Educação Básica. As aulas sobre o tema não podem ser pensadas isoladamente: é necessário integrá-las a todo o currículo escolar.

Propostas transdisciplinares, dessa forma, podem facilitar o processo de aprendizagem. Para isso, contudo, deve haver diálogo entre professores de diferentes matérias. É imprescindível que todos estejam engajados para que o ensino a respeito do assunto alcance o sucesso.

Não é só o corpo docente que tem responsabilidades: os responsáveis também precisam se dar conta da importância do empreendedorismo na escola. Acompanhar as tarefas e identificar se os alunos estão ou não motivados para executá-las em casa é a função que cabe aos pais.

Com a participação de toda a comunidade escolar, é possível trabalhar o empreendedorismo em sala de aula. O protagonismo no processo de aprendizagem, entretanto, é sempre reservado aos estudantes, que precisam se empenhar para entender o conteúdo e compreender as aplicações.

No Blog da Essia, você pode ler mais sobre o protagonismo estudantil. Clique aqui e entenda por que quando os alunos assumem a liderança do processo de aprendizagem a tendência é que o conhecimento floresça com mais naturalidade!