A escola não deve ser enxergada como uma instituição para transmissão de conhecimentos técnicos. Há outras dimensões envolvidas no período que os alunos passam na Educação Básica. E todos esses aspectos precisam ser contemplados pelo Projeto Político-Pedagógico.
Também conhecido pela sigla PPP, esse documento define as diretrizes para a atuação da instituição de ensino. A sua elaboração não tem como objetivo estabelecer normas para as atividades de modo metódico ou dogmático: a intenção é reconhecer o horizonte de ação para a comunidade escolar.
Essa proposta mais abrangente de ensino precisa antecipar possíveis dificuldades, coordenar as iniciativas dos funcionários e mobilizar a comunidade escolar em torno do processo de aprendizagem. A diversidade de interesses faz com que a sua preparação exija mais atenção.
Com o Projeto Político-Pedagógico, a escola transmite segurança a alunos, pais, educadores e demais funcionários. O ambiente de confiança contribui para a relação aos seus diferentes setores e ajuda os relacionamentos interpessoais. A atmosfera de respeito colabora para a aprendizagem.
Educadores e gestores costumam ter dúvidas a respeito dos detalhes desse texto. A Essia reuniu dicas sobre o conceito por trás do Projeto Político-Pedagógico e tudo que está envolvido na sua elaboração para o cotidiano dos segmentos do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Leia abaixo e saiba mais sobre esse assunto!
A legislação brasileira define o documento como um dos meios de viabilizar experiências educacionais democráticas e autônomas. Além disso, é uma forma de priorizar o ensino de qualidade. Na Lei de Diretrizes e Bases, o PPP aparece como proposta ou projeto pedagógico.
Essa autonomia pressupõe a liberdade acadêmica. A intenção é fazer com que as escolas estabeleçam as próprias normas e consigam tomar decisões administrativas e pedagógicas a partir desse conjunto de regras. Outros benefícios também são alcançados.
É possível aproveitar essa oportunidade para pensar as dinâmicas escolares de forma mais ampla. Como o foco aqui é a Educação Básica, quem redige esse texto deve considerar os aspectos sociais que influenciam na formação de crianças e adolescentes. Trata-se de um trabalho minucioso.
Se forem levadas em conta as particularidades da instituição de ensino, o texto tende a aumentar o senso de pertencimento de todos os envolvidos no processo de aprendizagem. Como a finalidade é sempre ajudar na formação dos estudantes, o maior benefício disso será sentido pelas turmas.
O Projeto Político-Pedagógico ajuda muito no planejamento para que uma escola funcione devidamente. Se os alunos são os mais beneficiados quando o texto é bem-sucedido, todos os setores usufruem de vantagens. Conheça abaixo os principais efeitos positivos!
Elaborar esse documento é também antever obstáculos com os quais a equipe de funcionários pode se deparar ao longo dos anos letivos. É importante que profissionais experientes participem desse planejamento para que utilizem suas vivências anteriores para antecipar desafios.
Depois de preparar o texto, a escola está mais preparada para conviver com os dilemas mais comuns do dia a dia da educação. A gestão é facilitada quando existe uma programação cuidadosa, que norteia as decisões e que é capaz de acompanhar o calendário.
A coordenação também aproveita as consequências positivas do Projeto Político-Pedagógico. As ações voltadas diretamente para o relacionamento com os alunos conseguem ser mais eficientes se houver um conjunto de normas que as orientem. A organização é central.
O diálogo dentro da instituição de ensino precisa ser marcado por atitudes democráticas. É preciso estabelecer uma comunicação clara e uma escuta ativa. Assim, é mais fácil encontrar soluções para empecilhos diários. Essa intenção deve ficar clara no PPP.
O documento facilita também o alinhamento com os propósitos da escola. O texto precisa ser conhecido por todos, ter clareza e reforçar os pontos considerados mais relevantes para o cotidiano de responsáveis, professores e alunos. A transparência é essencial para essas interações.
Isso evita também atritos desnecessários. As energias se concentram nas metas que devem ser prioritárias: trabalhar os conteúdos, colaborar para a aprendizagem dos alunos e formar cidadãos com juízo crítico a respeito do contexto em que estão inseridos.
O Projeto Político-Pedagógico confere coesão às decisões tomadas pelos profissionais. Todas as ações passam a ser norteadas pelas orientações do documento. Isso caracteriza a escola como uma instituição construída por meio de um sentimento coletivo. Há mais harmonia entre as ações.
Os valores são compartilhados pela comunidade escolar por inteiro. Uma identidade é formada e pode ser enxergada até por quem não participa das atividades da instituição. Esse reconhecimento aumenta o interesse de outros responsáveis e pode se refletir no aumento do número de matrículas.
A elaboração precisa privilegiar essa identidade da escola. Antes de colocar as normas em prática, contudo, é imprescindível analisar com cuidado o teor do documento. A ênfase em tópicos mais sensíveis pode ser decisiva para que a conduta da equipe pedagógica seja bem-sucedida.
A dimensão política do documento não pode ser negligenciada. Os alunos precisam desenvolver a consciência a respeito das condições com as quais a escola convive e o quadro de funcionários precisa estar preparado para contribuir com o aprimoramento da cidadania.
A Essia reuniu os tópicos mais relevantes dos PPPs, muitos dos quais têm os aspectos políticos como prioridade. Saiba mais na lista a seguir!
Não se engane: são necessários muitos esforços para que a escola consiga construir o Projeto Político-Pedagógico. A comunidade escolar precisa estar mobilizada para projetar os objetivos da instituição de ensino no documento. Todos têm funções especiais nessa tarefa.
Os responsáveis, por exemplo, devem conhecer o texto e entender os seus propósitos. Tanto empenho é revertido para as atividades cotidianas. O documento representa um plano para lidar com adversidades e antecipar desafios. Planejamento é tudo.
Nas atividades diárias, é complicado ter a percepção global dos resultados das ações do quadro de funcionários. Os gestores muitas vezes nem conseguem ter uma noção detalhada de todas as atitudes tomadas dentro da escola por conta do ritmo intenso da instituição.
O PPP ajuda nessa visão de maior escala. Em vez de se ater aos detalhes cotidianos, a equipe que participa da elaboração do documento precisa ter metas mais abrangentes. Isso permite a compreensão a respeito de todos os setores envolvidos no processo de aprendizagem.
Para que o texto não fique muito abstrato, é interessante que sempre haja um empenho para trazer aquelas diretrizes para a aplicação na rotina da comunidade escolar. Isso ajuda a despertar também o interesse dos funcionários e dos responsáveis pelos estudantes com o documento.
Destacar a missão por trás da instituição e as metas a serem alcançadas é imprescindível. O caráter prático do Projeto Político-Pedagógico auxilia também no engajamento: ao perceberem quais são os propósitos da escola, as pessoas conseguem ajudar de maneira mais objetiva.
O caráter político do documento é exatamente esse: entender as condições com que a instituição convive, valorizar o contexto em que está localizada e incentivar uma percepção crítica dos alunos a respeito dessa conjuntura ao longo do processo de formação.
A autonomia para a criação do PPP tem como princípio a responsabilidade da escola. Com a liberdade que as autoridades públicas oferecem, a comunidade escolar precisa estimular o desenvolvimento da cidadania nesses segmentos da educação.
A partir do estabelecimento de metas, os objetivos da escola ficam mais nítidos. No entanto, somente o monitoramento constante possibilita que a gestão acompanhe os resultados dos funcionários e das turmas. O planejamento facilita a articulação de todas as áreas envolvidas no processo.
Tradicionalmente, as avaliações trimestrais ou bimestrais serviram de parâmetro para que a equipe pedagógica se orientasse. Hoje, por outro lado, os especialistas em ensino têm debatido novas formas de identificar se as metas têm sido cumpridas. A tecnologia pode ajudar nisso.
A educação se insere em um horizonte ainda mais amplo de pesquisas sobre o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Especialistas de outros campos, como psicólogos, filósofos e psiquiatras, também se dedicam ao processo de aprendizagem e à formação nessa fase da vida.
A atenção com as diretrizes pedagógicas é, por esse motivo, muito mais do que uma ação burocrática. O objetivo final é apresentar uma orientação. Ler, interpretar e conversar sobre o texto são formas de refletir sobre todos os fatores que atravessam a educação.
O Projeto Político-Pedagógico não pode ter uma concepção estática. Ou seja: sua redação precisa levar em conta as dinâmicas internas e externas, para permitir que o texto se adeque às futuras situações. A proposta é ousada, mas oferece grandes benefícios.
Os educadores devem ter em mente sempre os próximos passos para a instituição. Para se manter relevante, a escola precisa se atualizar para continuar a oferecer à comunidade escolar desafios e soluções pertinentes com a realidade atual. Essas revisões são sempre positivas.
Os pontos acima contribuem para a elaboração de um documento preciso e bem-sucedido. Contudo, é necessário que gestores e educadores conheçam também os erros mais comuns na redação do Projeto Político-Pedagógico. A troca de experiências na educação é sempre muito construtiva.
A lista abaixo pode ajudar a evitar imprecisões. Por isso, continue por aqui e aproveite a leitura!
A experiência de cada instituição de ensino é singular. Embora tenham que ser atendidos padrões divulgados pelas autoridades — do âmbito municipal, estadual ou até do federal —, as escolas apresentam diferenças fundamentais entre si. E isso não é um fator negativo.
A localização geográfica, as características sociais e econômicas da comunidade escolar, as condições estruturais e os segmentos com os quais trabalham definem as identidades dos colégios. Não há condições iguais e, portanto, nunca vão existir escolas idênticas.
Delegar a outras pessoas ou entidades a responsabilidade de montar o PPP é um erro grave, porque as vivências no local de trabalho são intransferíveis. Equívoco mais grave é copiar outro projeto escolar. Mesmo que as realidades sejam parecidas, essa atitude não é benéfica.
Políticas de Estado para a educação devem ter duração mais longa e não terminam quando acabam os mandatos. A ideia é que essas medidas alterem pontos importantes para o processo de aprendizagem, mas passem segurança aos estudantes e professores.
Esse é o caso da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O texto oferece orientações em escala federal para todos os segmentos da Educação Básica, da Educação Infantil ao Ensino Médio. As mudanças exigem que as escolas proponham alterações nas suas abordagens.
As mudanças devem se refletir no Projeto Político-Pedagógico. Contudo, as modificações não devem aguardar as decisões das autoridades: os gestores e os educadores precisam revisar o documento para todos os anos letivos. É uma forma de acompanhar as transformações no ensino.
O documento é um patrimônio para a comunidade escolar. Não é mais um papel para ocupar as gavetas da secretaria ou da sala da coordenação — nem deve ser restrito ao quadro de funcionários. Para incentivar o diálogo, o texto deve ser aberto em vários sentidos.
O PPP precisa ter linguagem mais próxima para que seja de fácil compreensão, e estar acessível para responsáveis, professores e funcionários. Não deve haver obstáculos entre as famílias e o texto. É preciso que todos estejam de acordo com o seu teor.
É necessário, assim, que o trabalho para a sua elaboração não seja entendido internamente como algo burocrático. Os profissionais envolvidos no processo de aprendizagem devem reconhecer a relevância das diretrizes ali apresentadas e se sentir representados pelo texto.
A palavra-chave para o Projeto Político-Pedagógico é conexão. Um texto que não esteja inteiramente vinculado ao cotidiano da escola, diante das suas especificidades e dos seus desafios, é impensável. O empenho para a sua elaboração será desperdiçado se não houver essa preocupação.
Estar conectado é enxergar as mudanças nesse contexto. A despeito do objetivo sempre ter sido fornecer as ferramentas necessárias para que o conhecimento floresça, algumas mudanças emergiram nos últimos anos para revolucionar a maneira como os alunos aprendem.
O avanço da tecnologia é a principal transformação no cenário do ensino. A partir do surgimento de soluções digitais, o uso das inovações na Educação Básica tem revolucionado as interações entre alunos e professores e apresentado formas mais interativas de trabalhar os conteúdos.
O Projeto Político-Pedagógico (PPP) é um dos principais documentos de uma escola. A sua elaboração não pode ser entendida pelo corpo docente como um processo simplesmente burocrático, porque é ali que estão presentes as diretrizes vitais para o funcionamento da instituição.
Ao construir o PPP, as escolas tomam a primeira medida rumo a uma administração pautada pelo planejamento. Quando observam as condições sociais e a realidade local, os gestores e os educadores conseguem projetar os seus objetivos com o processo de aprendizagem.
Depois desse primeiro e importante passo, é a hora de repensar outras ações da rotina. Para a escola, planejar é dedicar esforços para identificar desafios. Esses eventuais obstáculos podem aparecer em diversos setores, da área pedagógica aos serviços gerais.
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